sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Do que não há.

"Acordou lenta e lucidamente. Devagar, levantou-se e ajustou sua visão. O primeiro pensamento que formou-se em sua cabeça é de que não sabia onde estava. Como fora parar lá, e porquê?
Só sabia que aquele não era um lugar comum, nem parecido com qualquer que ele conhecia. Nem mesmo tinha certeza de que aquele era um LUGAR.
Olhou para as próprias mãos. Conseguia enxergá-las, assim como a seus pés e braços, mas não podia ver mais nada a um palmo de seu nariz, se é que havia algo a ser visto. Onde estava era claro, tão claro que poderia ofuscar a visão, se a razão dessa clareza fosse a luz. Mas ali não havia luz, assim como não havia sombras, nem de seu próprio corpo contra o chão. Se é que havia chão: não sabia dizer qual era a sensação sob seus pés, nem onde seria a divisão entre o solo e o ambiente. Ali, nada fazia sentido; ali, só existia o nada.
Correu o máximo que pôde, em busca de ajuda, em busca de respostas. Correu para o nada, correu em todas as direções. Apenas mais nada, mais desolação. Não podia nem mesmo sentir nada, seu corpo parecia oco e vazio. Não tinha fome, nem frio, nem sede, nem desejo algum. Desejo. Só o que sabia é que não queria ficar ali, enquanto era capaz de querer alguma coisa.
Aquilo era real? Existia mesmo um lugar perfeito, feito de nada?
Tentou falar. Sua voz saiu estranha, etérea, desconhecida. Mas não havia eco. O som se propagou perfeitamente. Mas o que iria dizer? Com quem iria conversar?
Que fizera para ficar sozinho? Será que estava mesmo vivo?
Vivo.
Enfim, compreendeu. Ali não era a terra, nem tampouco o céu, e ele não estava nem vivo nem morto. Tudo em que acreditara estava errado. Aquela não era a danação eterna de que ouvira falar, de demônios e seus caldeirões num mar de fogo. Mas a punição existia, com ou sem um juiz, com ou sem morte. Descobriu, enfim, que estava no Inferno."

Um conto tosco e sem noção, obviamente de minha autoria, ou os créditos estariam aí. Nem tente entender, apareceu na minha mente de repente. E ao contrário do que se possa deduzir sobre meu estado de espírito, hoje estou muito feliz. Este foi apenas um texto inútil para atualizar um blog inútil.
Au revoir.

Um comentário:

Anônimo disse...

e meo, se pa nao tinha lido, e nem é sem noçao!
pora, qndo tu descreve a pessoa tentando se ver, sentir e mimimi me sinto no lugar
o.O

pora