sexta-feira, 21 de maio de 2010

Eu sou egoísta. Todo ser humano invariavelmente é. Só se preocupa com seu próprio umbigo e só se mexe para mudar o que lhe diz respeito.
Bom, eu odeio isso. Odeio toda essa indiferença, odeio o fato de ninguém se interessar no que "não é da própria conta". Por que as pessoas só pensam em aprender Libras se alguém próximo é ou fica surdo? Por que só assim elas pensam em fazer alguma coisa a respeito da exclusão para com eles? Por que quando eu tento puxar um assunto importante como esse as pessoas agem como se eu fosse uma pessoa pedante e estivessem entediadas? O meu grande e revoltado "vai tomar no cú" para esse bando de nazistas da humanidade.
Nós somos humanos, porra!! Por que não podemos agir como tal? Por que a lei da selva ainda rege a nossa vida?? Por que os menos adaptados não têm direito à vida? Pra que serve a nossa inteligencia se nem nos damos o trabalho de tentar ajudar os menos favorecidos do que nós? Seria melhor que voltássemos pra selva! Até MACACOS são mais solidários do que nós!! Como é possível? Será que a nossa evolução foi também responsável por uma irreversível involução?

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Aborrecência em crise.

Acreditem ou não, eu já voltei. E dessa vez, sem tantas delongas já que realmente tenho algo que quero escrever hoje. E vamos a isso, antes que a idéia se perca.
Veja você que coisa engraçada, pois que em 21 anos de sofrida autocomiseração eu me vejo tendo um pensamento inusitado: eu nunca tive adolescência. Ou pelo menos nunca me senti tendo uma. Explico: não é tanto pela minha falta de amigos ou festas para as quais nunca fui convidada, e sim pela minha falta de rompantes bruscos com a realidade. Não expliquei nada? Veja bem, é que é difícil mesmo. Mas a questão é que quando me deparo com relatos adolescentes de qualquer espécie, sejam eles atuais ou de anos atrás, tenho pouco com que me identificar neles. E isso seria algo de se esperar, considerando que já não sou mais tão jovem, mas não me lembro de já ter sido um dia, e é essa a minha preocupação. Parece que já entrei na idade adulta pensando como uma velha de 60 anos, porém sem um terço da sabedoria, só com a falta de viço característica.
Meus diários de 15 anos (se eu já tivesse escrito algum; minhas idéias sempre se perderam por cadernos escolares e desenhos amarrotados pelo quarto) nunca tiveram CERTEZA de nada, algo que me parece um sentimento tão comum, embora paradoxal, nos adolescentes. Porque sim, estão todos mudando de idéia com a velocidade de um cavalo de corrida esbaforido, porém com cada nova negação da idéia anterior vem também uma renovada e inabalável certeza: eu penso, eu sei, eu sou. Eu não faço idéia do que sou, mas eu sou. Pelo menos é como interpreto suas palavras sempre tão indolentes.
Não digo, pelo contrário, que nunca tive meus momentos. Mas as poucas certeza que cheguei a ter nessa fase continuam me acompanhando até hoje, com raras exceções e mudanças de contexto aqui e ali. E, na verdade, isso é o que mais me deixa na dúvida: teria eu ainda a mentalidade infantil de uma menina de 15 anos? Ou será que nunca tive uma mentalidade assim? Às vezes chego a pensar que passei de criança à adulta muito rápido, e que foi essa transição repentina que me impediu de continuar crescendo normalmente desde então. Passei de criança triste a adulto precoce e adulto precoce continuo desde então, com pouco acrescido ou desenvolvido, embora já devesse estar quase saindo de casa nas atuais circunstâncias. Um adulto que sabe o que fazer, mas pouco ou nada sabe sobre como entrar em ação. Em resumo, um adulto torto que ainda vive como um adolescente, mesmo sem pensar como um. Sei que não faz nenhum sentido, mas sempre soube que meu sofrimento não era o maior do mundo, embora a dor de uma criança que morre de fome na África nunca parecesse maior ou mais importante do que a minha por não ter um namorado e minha amiga ter arrumado um, aqui e agora. Óbvio que este é um exemplo banal e até estúpido, pois ninguém em sã consciência faria uma comparação dessas. Mas outro mais interessante é eu ser a única da minha turma a perceber, aos 13 anos de idade (nem sei se tinha tudo isso) que o professor não estava protegendo as alunas do outro grupo de seminários simplesmente porque não tinha tempo para se preocupar com esse tipo de picuinha. Mas não acho necessariamente que fosse esperta para a idade ou mais inteligente que a média. Gosto de pensar que sim, mas se assim fosse, meu eu de 9 anos atrás estaria muito decepcionada em constatar que adulta fajuta ela viria a se tornar. Não, acho simplesmente que, por alguma razão, acontecimentos relativamente banais me fizeram passar por um sofrimento maior do que o que deveria ser suportado por crianças daquela idade. E me fizeram perceber que não, adultos não estão interessados no que as crianças pensam. Negue se quiser, você sabe que é verdade. Não importa o quanto você se julgue conectado à sua "criança interior", você não sabe e nem muito menos quer saber o que as crianças de hoje pensam. Ou talvez não. Talvez o que você saiba mesmo é que tudo que eu escrevi aqui é o mais fino da bosta e que você se preocupa sim com tudo que o seu filho, irmão ou sobrinho de 7 anos sofre ou deixa de sofrer. E eu espero, sinceramente, que você esteja entre os indignados do segundo caso e que nunca faça uma criança crescer cedo demais por falta de interesse sincero e diálogo sem meias verdades. Eu não terei filhos por que sei que não tenho essa habilidade. Mas se você os teve, tenha a decência de desenvolvê-la.
À propósito, se preocupar com o que uma criança pensa não é saber se ela está indo bem na escola ou se ela não esqueceu de levar a merenda, ou o casaco. Mas tudo isso é parte do pacote.
Au revoir.

sábado, 8 de maio de 2010

Something else to breath for...

...everyday is exactly the same everyday is exactly the same there is no love here and there is no pain everyday is exactly the same...
Olá, Blogger. Acho que já não faz mais sentido cumprimentar leitores, mesmo os inexistentes, uma vez que mesmo esses devem ter desistido de encontrar alguma coisa pra ler aqui depois de um hiato tão grande. Whatever, nem sei por que ainda tenho isso aqui. Acho que eu gosto de pensar que o que eu escrevo serve pra alguma coisa. Algum dia suponho que servirá para algo além da minha auto-depreciação. Mas por enquanto, embaixo da máscara eu posso escrever o que bem entender.
Bom, cá estou eu depois da minha valiosa viagem. Sim, eu fiquei fora por um tempo, no país que chamamos "templo do capitalismo" ou do que mais queira chamá-lo. E não sei se há mesmo algo que eu já esteja preparada para dividir sobre a experiência. Pois apesar de já ter retornado há mais de um mês, ainda há muito que ser posto na balança. Na verdade, acho que só estou aqui hoje mais por um senso de obrigação do que real vontade de escrever. E quem sabe para fazer algo diferente. Como tão bem expressa a canção do Nine inch Nails acima, não tenho tido muitos motivos pra... bom, pra nada ultimamente.
Seja porque estive longe desta dimensão por um tempo, seja porque minha vida nunca foi lá grande coisa, a verdade é que não tenho mais vontade de continuar dessa forma. Bom, melhor dizendo, quero aprender a mudar a minha realidade. Porque... meio que desisti de dizer que vou acabar com tudo se não tenho nem coragem de ficar na beira de um prédio sem ficar com vertigem e medo. Dizem que é preciso mais coragem para viver do que morrer, mas ainda não decidi se concordo com a afirmação. Coragem nunca foi minha maior virtude. Se bem que, ultimamente, alguns acontecimentos, e principalmente, algumas atitudes minhas têm mudado meus conceitos. E isso é bom. Mas ainda não sinto que algum dia vou ser alguém de quem me orgulhar. E isso é mau. O que importa mesmo é que, querendo ou não, está na hora de mudar, e fazer isso, mais um vez sozinha, é a parte mais complicada.
No fim das contas esse foi um post inútil que não vale a pena ser lido. Mais um. Mas deixe estar. Escrevi tão rápido que deve ter saído alguma terapia daqui.

Au revoir.