segunda-feira, 22 de outubro de 2007

O direito ao foda-se

Olha só, cá estou de novo, sem nada interessante pra dizer. Eis que pois se não quando, resolvo imitar meus caros colegas escritores de blog sem imaginação ao redor do mundo e posto um texto de autoria diversa. Sim, depois de dias venho atualizar esta homepage com um texto que NÃO É de minha autoria! Muito útil, não?
Pois sim, só porque gosto muito dela, e porque ultimamente ando dependendo muito do que é explicado nesta crônica, venho dividi-la com vocês, caros leitores assíduos e imaginários. Espero que gostem, e se já a conhecerem (o que é bem provável), espero que ao menos renda uma risadinha no seu dia sem graça.

O Direito ao Foda-se
(Por Millor Fernandes
)

O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala.Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas.
Me liberta.
"Não quer sair comigo? Não? Então foda-se!".
"Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!"
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituiçao Federal.Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua.
"Prá caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Prá caralho"?
"Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas Prá caralho, o Sol é quente Prá caralho, o universo é antigo Prá caralho, eu gosto de cerveja Prá caralho, entende?
No gênero do "Prá caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negaçao, está o famoso "Nem fodendo!"O "Não, não e não!" é tampouco nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não!" o substituem. O "Nem fodendo!" é irretorquível, e liquida o assunto.Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida.
Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro prá ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Danielzinho, presta atençao, filho querido, NEM FODENDO!".
O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.
Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional.Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um "é PHD porra nenhuma!" ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!".
O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior.
São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e mais recentemente o "prepone" - presidente de porra nenhuma.
Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou seu correlato "Pu-ta-que-o-pa-riu!!!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba. Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cú!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!".
Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!".
Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima.Desabotoe a camisa e saia na rua, vento batendo na face, olhar firme,cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!".
Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar:
O que você fala? "Fodeu de vez!".
Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se!!!

Au revoir.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Ressurreição!!!

Vocês não estão acreditando nos seus olhos, hein? Pois sim! Cá está meu blog novamente ativo! Quer dizer, ativo é uma palavra forte... mas, ora, o que mais dizer se não que finalmente tenho mais um post saindo do forno? Então, vamos a ele!

Estava eu pensando, esse blog é tão normal que chega a ser estranho... todo mundo se esforça p/ escrever o mais bizarro possível e eu aqui, com o arroz e feijão... por isso, para o texto de hoje, escolhi um tópico levemente sem noção...

"Cogito, ergo svm."

Nada mais manjado. Quem estuda filosofia (por acaso, as duas únicas pessoas que lêem isto aqui estudam! Acho que pelo menos uma delas vai querer me matar XD) já deve ter escutado essa frase milhões de vezes e, quem não estuda, pelo menos alguns milhares. A famosa "Penso, logo existo". Longe de mim querer filosofar sobre a existência do eu, mas me parece que a citação de Descartes cai muito bem como título do assunto sobre o qual eu queria escrever hoje: a auto-sugestão.

Tudo que somos e fazemos é resultado do trabalho árduo de nossa mente incansável. Isso é claro, certo? Mas até onde vai o poder da mente sobre quem somos? Há poucos dias, descobri que coisas como timidez e honestidade não são marcas de uma personalidade, mas fazem parte do superego que chamamos 'regras sociais'. Ok, descobri o mundo, eu sei ¬¬. Mas se timidez não é um aspecto da personalidade, somos nós que a impomos a nós mesmos em certas situações, não é? Então, se repetirmos incansavelmente "eu não sou tímido, eu não sou tímido" e, claro, tivermos convicção naquilo que dissermos (o que acredito ser a parte mais difícil), não seremos então capazes de superar essa timidez?
De certa forma, coisas como insegurança, timidez e outros tipos de bloqueios não são apenas criações da mente? A minha pergunta é, será que não existe um meio de curar enfermidades como síndrome do pânico e agorafobia simplesmente trabalhando a mente nestes aspectos, sem a necessidade de intervenção medicamentosa (nossa, como estou chique, hoje)?
Pois bem, é isso que logo vou descobrir. E fiquem atentos, pois em alguns meses, ou até anos se necessário, não será aqui apenas mais uma leiga jogando teorias malucas. Começarei em breve a estudar verdadeiramente os aspectos da mente humana e então, quando obtiver estas e outras respostas, volto para lhes contar. Até lá, fiquem bem, meus queridos leitores imaginários. ;)
Au revoir.