segunda-feira, 28 de maio de 2007

Depoimento de uma viciada.

Puxa, eu já tinha um post prontinho para colocar aqui hoje (isso mesmo, não pense que vou abandonar isso aqui tão cedo! Eu faço desenhos no Paint - sou uma pessoa paciente), mas lendo as últimas postagens e, principalmente, o último assunto, percebi que este blog andava meio... soturno demais. Parece um espaço cibernético feito para que uma assalariada insatisfeita com a vida possa reclamar sem receios sobre as injustiças do mundo. E, bem, sinto informar que não sou nem mesmo assalariada.
Eu fiz este blog para pensar. Mas pensar definitivamente não é uma coisa que me faz bem. Eu diria que tenho uma tendência pessimista tradicional da minha família por parte de mãe, passada religiosamente por muitas gerações. Quem me dera ter puxado meu lado italiano, sempre falando de macarronadas e do fogos do natal de 95.
O fato é que hoje estou escrevendo aqui à meia noite, o que é algo muito raro. Muito, muito raro mesmo. Isso porque eu geralmente me lembro de fazer algo útil (útil??) na internet, como escrever aqui, somente por volta das duas da matina. É claro que existe um post aqui que, se não me engano, foi enviado às oito da noite, mas deve ter ocorrido num dia excepcionalmente ocioso que eu não espero que se repita.
Depois de escrever minhas bobagens diárias (aqui ou no meu caderninho de cabeceira), ainda fico mais duas ou três horas na cama escutando música, e pego no sono por volta das cinco ou seis da manhã, resultando num saldo de poucas horas dormidas toda noite. Sim, este é um dos muitos motivos pelos quais eu montei este blog, meu enorme e sufocante ócio diário. Não que eu passe o dia todo sem fazer nada - todas as minhas tardes e parte das noites são ocupadas com alguma coisa - mas essa constante falta do que fazer com minha massa cinzenta me deixa extremamente entediada. Se não fosse o teatro, ou a música - ah, a música - acho que enlouqueceria, ou talvez me tornasse uma pessoa sã demais, quem sabe?
Por falar em música, estou começando a achar que ecletismo faz mal à saúde. Isso não pode ser normal. Existem pessoas ecléticas (ou posers que fingem gostar de "tudo, exceto funk e pagode"), mas a minha playlist está condenada a vagar solitária pela galáxia para todo o sempre. Eu mesma me assusto, sabe? Às vezes, me pego examinando a coleção de cds do meu pai (a única pessoa REALMENTE eclética que eu conheço, e não me refiro apenas à música) e encontro alguns títulos realmente duvidosos. E penso "caramba, como ele pode ouvir essas coisas?" enquanto vou colocando no cd player para tocar. E o pior é que enquanto a música toca, na maioria das vezes preciso confessar que "puta que o pariu, estou gostando!!", ou "caralho, não é que essa porcaria é boa mesmo?".
Por outro lado, existem aquelas músicas de que ninguém gosta, mas todo mundo bate discretamente o pézinho quando começa a tocar. Pois é, acho que no fundo todo mundo inventa o estilo que mais agrada para si mesmo, e, escondido, vai escutar os cds do Zeca Pagodinho da tia.
Esse post foi o mais sem noção até agora, e não vou editá-lo de propósito. Acredita que já faz um mês que o Verdades de Mentira está aberto e eu ainda tenho idéias para escrever? Aproveite, elas estão acabando - ou não.
Au revoir.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Viverá em água doce?

Muito bem, após quase uma semana desde minha última postagem, cá estou eu de novo para completar meu pensamento... Engraçado, não era para ter demorado tanto, mas isso não vem ao caso...
Bom, quem leu o post passado (será que alguém lê esse negócio fora os dois desafortunados a quem eu passei o endereço disso??) sabe que eu estava divagando sobre... disputas, certo. As disputas que acontecem no âmbito das amizades, especialmente entre pessoas do mesmo sexo. Não é realmente um assunto original, mas este não é mesmo um blog original, serve apenas para organizar minhas idéias, então isso não seria exatamente um problema... (nota mental: estou seriamente pensando em mudar o endereço disso aqui...)
Mas, passemos ao assunto de hoje: os excluídos! Sim, caríssimos, a lesada que aqui vos escreve já fez parte deste seleto grupo de desajustados socialmente. E eu digo "fez" porque não me sinto mais como tal. Mas porque existem os excluídos?
O mundo diz que o nome disso é "Bullying", e que a culpa seria dos estudantes (especialmente, não que isso aconteça apenas em escolas, mas abafa) mais velhos que gostam de pegar alguém "pra cristo".
Pois eu fui vítima desse tipo de "zoação", e eu digo: a culpa foi minha. Só que eu era fraca demais pra admitir isso.
Ninguém numa terapia vai me dizer que a culpada pelos outros apontarem o dedo na minha direção na escola e rirem feito hienas fui eu mesma, mas convenhamos: o que é mais fácil, o problema estar em um indivíduo ou num grupo deles?
Não estou dizendo que sim, eu era estranha e por isso meus colegas tinham o direito de me humilhar. Estou dizendo que, se algo me incomodava no comportamento deles, eu devia ter me imposto desde o começo. Não eram necessárias brigas. Eu precisava rir com eles, e, se possível, deles também. Ser eu mesma e procurar amigos naqueles que se parecessem comigo.
Sabe aquela história de que um apelido só pega se a pessoa se incomoda com ele? É a mesma coisa.
Mas, ao contrário, tudo que NÃO podia ter feito eu fiz. Tudo que poderia ser parte da personalidade da Mascarada real, eu anulei. Queria me parecer com aqueles que se julgavam estar acima de mim porque, naquela época, eu realmente achava que estavam. Mas pode um peixe de água salgada sobreviver na água doce? A minha máscara de "guria legal" só terminava por tornar a minha imagem ainda mais patética, e aumentar o número de chacotas.
Com o tempo, fui me tornando a chata, a antipática, a anti-social por opção. Quanto menos notassem que eu estava ali, menos me importunariam. E essa imagem da Mascarada sozinha na sala de aula enquanto todos riam no intervalo, ou daquela menina se escondendo pelo colégio enquanto as aulas não acabavam ainda me assalta de vez em quando. Aquela criança insegura ainda vive. Mas aquilo que não mata, ensina a crescer. E eu com certeza cresci.
Imagino que este tenha sido de longe o post mais pessoal que escrevi até agora. Mas me sinto bem por ter podido desabafar aqui, mesmo protegida sob a Mascarada. Porque somente assim eu serei capaz de finalmente exorcizar os fantasmas do meu próprio passado. E só assim, serei a pessoa forte que espero ser. (Calma, não chorem! XD~)
Bom, por hoje é só... E sabe lá quando vou aparecer por aqui novamente.
Au revoir.

domingo, 13 de maio de 2007

A física da camaragem

Ok, ok, depois de uma hibernação meio phoda de idéias por aqui, cá estou eu de novo para contribuir com um pouco de bobagem para o seu bom senso. E isso porque volto a escrever com uma luz emprestada! Sim, caros colegas, me deram uma sugestão sobre o que colocar neste sítio inútil! Dá mesmo para acreditar. XD
Vejamos, o que dizer sobre as famosas disputas? Você faria mesmo qualquer coisa para puxar o tapete da biscate que quer ser como você ou ter as suas coisas? Sei... e se a tal "biscate" é ninguém menos que uma amiga sua?
Há, você pode até responder "não tenho amigas/os assim", mas todo mundo passa ou pelo menos já passou por isso, seja no papel de invejado, seja no papel de invejoso.
Na amizade ideal não há disputas, apenas camaradagem. Isso porque cada parte sabe muito bem qual é o espaço que pode e sabe ocupar, quais são suas próprias qualidades e defeitos e quais as qualidades do amigo que mais admira, assim como os defeitos que suporta e até aponta quando necessário. Eu não seria capaz de dizer que a amizade ideal realmente não existe em lugar nenhum do globo, mas com certeza ela é rara.
Especialmente na amizade entre pessoas do mesmo sexo, a competição parece um fator quase inevitável em muitos aspectos do dia-a-dia. Mas ela não aparece só quando alguém apresenta o novo namorado, ou tira a melhor nota numa prova. Muitas vezes é sutil, a ponto de se levar anos antes de perceber ou assumir a situação.
Eu tenho uma amiga. Não que algum dos meus amigos realmente leia isso aqui, mas para termos práticos, vou chamá-la Luciana.
Ela é uma garota realmente incrível. É esforçada, inteligente, muito simpática e linda. Mas linda mesmo, dessas que quando passam, os caras vem correndo atrás das amigas para informações. Gosto muito dela, e para ela desejo só o melhor que a vida pode oferecer. Mas sinto, sim, uma ponta de inveja dessa popularidade toda e pela facilidade com que ela conhece novas pessoas. Mas veja só que engraçado, um dia, não é que essa mesma Luciana veio me confidenciar que morria de inveja de mim? Disse que se acha feia (o que não é, em absoluto, verdade), que é muito burra e que queria ser como eu.
Minha nossa, eu começo a matutar, porque é que alguém como ela se daria o trabalho de invejar alguém como eu? E percebo que, quando devolvi que a achava muito melhor que eu em vários aspectos, ela deve ter pensado a mesma coisa. Porque é que, simplesmente ao invés de invejar o que a outra tem de melhor, não podemos nos orgulhar de nossas próprias qualidades e admirar o que nossa amiga tem de bom?
É claro que nem sempre a inveja e a cobiça vêm em termos tão brandos, mas aí já não é mais o caso de um relacionamento que possa evoluir para uma verdadeira amizade. Existem os amigos-da-onça, que por perto são os melhores amigos que se pode imaginar, mas pelas costas são aqueles que mais torcem pra você se ferrar. Não que isso seja novidade para ninguém, claro.
Este post já está ficando meio grande, então deixo para o próximo a continuação. Assim, reciclo a idéia e não preciso ficar mais duas semanas para pensar em algo p/ escrever. =]
Au revoir p/ quem lê isso aqui.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Alice no país dos espelhos.


Exatamente! O assunto de hoje (na verdade, foi o de ontem, mas quem disse que eu me animei a escrever?) são os espelhos. Pois é, mas de quais eu vou falar? Daqueles pedaços de vidro platinados que refletem tudo que aparece na frente? Também. Na verdade, como um espelho mesmo, esse blog serve mais para eu ter uma idéia do que tem dentro de mim. E, por que não, fora também.
Espelho é uma coisa traiçoeira. Literalmente falando, muitas vezes não gostamos muito da imagem que vemos refletida neles. E quanto menos gostamos, mais e mais as tão famosas máscaras se fazem necessárias. Não nos sentimos seguros sem elas. O que realmente importa, no fundo, não é como os outros nos enxergam, e sim como nós pensamos que enxergam. Parece uma necessidade natural nossa transformar o próprio corpo num cartão de visitas ambulante. Para que saibam (ou pelo menos imaginem) o que esperar quando se aproximarem o bastante para uma conversa. Não concordo com a expressão "a primeira impressão é a que fica", mas é nela que nos baseamos quando nos vestimos e preparamos para sair de casa todos os dias.
Figurativamente falando, imagino que os espelhos sejam muito mais complicados. Acho que se ver através de um espelho seria a capacidade de perceber a si mesmo por trás de todas as defesas e mentiras que criou para si ao longo dos anos. Olhar bem dentro dos próprios olhos e reparar dentro deles a mesma essência da criança que viveu um dia em você. Os mesmos medos. Os mesmos prazeres. As mesmas vontades não realizadas.
É ser capaz também de conciliar os sentimentos da criança com os pensamentos do adulto que surgiu com a vida. Enfim, o poder de distinguir a pessoa da personagem. Afinal, quem é o EU que conheço? Me faço essa pergunta quase todos os dias... Você realmente conhece o seu? (uau, que pergunta mais... filosófica!)
Eu já disse que eu AMO teatro? =)
Au revoir.